Sem águas da transposição, açude de Boqueirão voltará para estado de alerta
A paralisação do bombeamento da água da transposição do São Francisco, que ocorre desde o dia 19 deste mês, voltou a preocupar agentes políticos das regiões que necessitam da obra para ter água. Entre os principais locais afetados estão o município de Monteiro, com açudes praticamente secos, e a região de Campina Grande, que tem o açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, registrando perda de 10 milhões de metros cúbicos (m³) por mês.
O bombeamento havia sido retomado no dia 4 de julho e estaria funcionando em fase de testes, com duração de 60 dias. Porém, no dia 19 ele foi suspenso e não mais reiniciado.
Por conta da situação, Epitácio Pessoa já caminha para estado de alerta, que ocorre quando o manancial atinge menos de 20% da capacidade total, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa). Atualmente, o açude tem 21,47% de capacidade, o que significa pouco mais de 100 milhões de m³ do total de 466,5 milhões de m³ que pode armazenar.
Em pronunciamento no dia 16 deste mês, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) afirmou que precisou suspender o sistema após equipamentos de monitoramento emitirem alerta durante a fase final de enchimento da barragem Cacimba Nova, em Custódia (PE).
Pelo menos em curto prazo, a situação deverá permanecer como está. Segundo o presidente da Aesa, Porfírio Loureiro, o MDR não tem prazo para que o bombeamento seja retomado e o Estado vem adotando medidas para amenizar os problemas.
“Depois da nota do dia 16, não houve outra resposta por parte do MDR e continuamos sem saber quando o bombeamento será retomado. Por isso, a partir desta quinta (29), iremos diminuir a vazão de água de Epitácio Pessoa para Acauã dos atuais 2 m³ por segundo para 300 litros por segundo. Isso vai amenizar a perda de água de Boqueirão, até porque já atingimos a meta de transferência de água para ajudar Acauã”, contou Porfírio.
Além disso, a Aesa também vai paralisar a captação de água do Rio Paraíba, que está com nível baixo, para abastecimento de cidades da região do Agreste. Agora, a água será captada do açude Cordeiro, no Congo. Porfírio descartou qualquer possibilidade de racionamento na região de Campina Grande.
Com Portal Correio
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